segunda-feira, 16 de março de 2009

Surrealismo - Por Socorro Moreira



Depois daquela dor
Não brotou nova dor
Parece brincadeira de mau gosto
Toda mágoa de amor...

O amor quando descobre a nossa fortaleza, mendiga atenção... Vira pedinte de Igreja , toca viola , faz repente, carrega um fardo na mão...

Às vezes me pego contabilizando tristezas e alegrias... Uma conta sem precisão matemática... Teria que me apoderar da física, da química, e de todas as artes e ciências... Incluindo as esotéricas...
Alegria sincera, não tem explicação.
É sorvete na mão da menina... É bola no pé do guri... É cajá no Rio de Janeiro...
É pequi, no meu norte brasileiro.
É chuva no pé de mandacaru, e uma florzinha de lá, brotando fagueira.
O clima parou de brigar de chuva e sol.
Ficou no tempo nublado, das calçadas molhadas, e ensombradas pelas acácias.

Estou indo ao Rio
Estou chegando a Fortaleza
Estou de passagem pelo Granjeiro...
E ainda espio as Guaribas.

Estou em paus,
E com todos os outros naipes...
Procuro a sorte,
e guardo na manga um ás, e uns ais...
As malas soltas das poeiras pedem-me um pó de um lugar qualquer...
Nem que seja do passado... Friburgo ou Macaé.

Dora morreu... Sofreu uma paulada de sonhos,, e fugiu com o aviador da saudade. Telefonaram do Amazonas... Estão iludidos com as garças e encantados com as vitórias-régias... Estão aquáticos!

Iara ficou muda e cega...
Nem gelada, nem quente... Um chá constante!
Um anti-gripante!
Desistiu de gente...

Lua ,
com a chuva ficou tênue
Não ofusca a visão
Não embaça nossas lentes
É latente
É pra depois do futuro

Lírica lis
Flor-de-lis...
Diz-me?
Cadê Zé, Maria e João?

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