E deixo acontecer
As palavras pulam em bloco
Fantasiadas de borboletas
E flores matinais
Amanhã o céu ensolarado
Dirá-me se é verdade
O carnaval que dancei
Se a minha embriagues
Guardou na lucidez
Uma verdade amorosa
Que se veste de saudade
Volte!
Luz do meu mistério
Perdi-te no último dos meus sonhos
Quando o dia me deixou mais longe
Horas não vejo as tuas asas
Sobrevoando o meu telhado
Mas a roda da vida
Não para seu giro
Traz de volta
O novo, que preciso
E leva consigo a paga
Do serviço:
Alma, coração, cheiro da pele.
Leva meu orgasmo
Deixa-me louca de saudades.
Pode vasculhar a minha bolsa Ela não guarda segredos Guarda mistérios que se revelam aos olhares intentos
Meu coração? Não tente encontrar a chave Ele não tem portas... Entre se achar caminho Dance a nossa música Se pinte nas nossas tintas
Minha alma é afim da tua Se te achares Tocarás-me Se me tocares Essência de mim será.
Mulheres e homens são anjos quando se predestinam!
sábado, 27 de novembro de 2010
Nosotros - José do Vale Pinheiro Feitosa
OUÇA A MÚSICA E LEIA O TEXTO
Um cuba libre, o cigarro se esfumando, cromos de luzes vermelhas, teus lábios reluzentes, cabelos cheirando a prazer, uma boite e a vitrola expandido de sons aos ouvidos de quem implora:
Atende-me na urgência destas horas desfeitas,
Não esperes a escuta dos segundos inúteis,
Funde teu seio ao meu ser frígido,
Eu necessito teu calor mais uma vez.
Outrora, fomos tão divinos de amor,
Agora mais do que nunca somos vulgar,
Somos barcos diferentes a vagar,
Destinos das rosas dos ventos a se afastar.
Agora que meu coração implode de vazio,
Tu vives em minha alma como parte inseparável,
Mas tal âmago é traiçoeiro e nos deixa ao éter,
Frio e inerte agora, quão ardente era outrora.
Postado por José do Vale Pinheiro Feitosa às 22:30 no Cariricaturas
Nessum Dorma - José do Vale Pinheiro Feitosa
Dos que cantaram esta ária do último ato de Turandot, um dos melhores foi o Pavarotti. A ópera foi a última de Giacomo Puccini que a deixou inacabada por sua morte, tendo sido completada por Franco Alfano. Estreou no Alla Scalla de Milano, em abril 1926, sob a regência de Arturo Toscanini. No Wikipédia tem um resumo do libreto.
Petrolina?
Uma luz vermelha
Entre Crato e o Juazeiro
Boites?
Cinema da tarde...
Tempos de laquê no cabelo
Tempos de vento nos cachos
das carrapetas.
Sussurros ou suspiros?
Um de lá
Outro de cá
Timidamente sorriam
Cruzar o olhar
Era de intensa magia
Como ainda hoje...
Como em qualquer tempo
O olhar imagina, fura, entra...
Se entranha , como o Aracati
Hora feita é sempre carente da surpresa
Um bolero é canção das paradas sensuais
Um passo lá
Outro cá...
Nada além, no futuro do presente.
E nesse calor de novembro
a dança tem cheiro de gente
Não tem coração que mereça
Derreter eternamente.
“Eu necessito ver-te”.
Mais uma vez...”.
Altemar, vivíssimo.
Em surdina me acontece
Esqueço que abri a janela
E uma luz difusa
Em meu peito entra...
Atenda!
O amor sempre será
Como antes de antigamente
Um mistério
Um sonho ardente.
“Talvez fosse melhor”.
Que não voltasses
Talvez fosse melhor que me esquecesses...”
Sem princípio, e sem final.
O amor vaga, sem um cais.
Rumo a um paraíso nunca achado
Lá o tédio é impossível.
E nesse vazio abissal
Eu escorrego levemente
E misturo-me
Ao éter do sentimento
Comecei a assumir a terceira idade , um pouco precocemente,como tudo em minha vida.Aos 59 anos resolvi antecipar os benefícios de ser velhinha. As perdas existem. Já não tenho pernas pra alcançar o trem, mas tenho pensamentos na velocidade incerta, pra alcançar meus momentos.
Claro que desejo apenas uma lambida , no sorvete de rapadura., mas quero todas as músicas, e o contraponto do silêncio, no prato da balança.
Quero viajar nas estrelas, imaginando uma vida impossível, e aceitando que, no aqui, as possibilidades são inimagináveis. Uma delas é não ter idade.