segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Esperada
na mente tranquila
a verdade não fere.

socorro moreira

Inebriada



É coisa rara
Essa tonta alegria
Exalando prazer

E deixo acontecer
As palavras pulam em bloco
Fantasiadas de borboletas
E flores matinais

Amanhã o céu ensolarado
Dirá-me se é verdade
O carnaval que dancei

Se a minha embriagues
Guardou na lucidez
Uma verdade amorosa
Que se veste de saudade

Volte!


Luz do meu mistério
Perdi-te no último dos meus sonhos
Quando o dia me deixou mais longe
Horas não vejo as tuas asas
Sobrevoando o meu telhado
Mas a roda da vida
Não para seu giro
Traz de volta
O  novo, que preciso
E leva consigo a paga
Do serviço:
Alma, coração, cheiro da pele.
Leva meu orgasmo
Deixa-me louca de saudades.

Clara mente
A poesia fala

Silêncio " light"
Obscura mente

Solidão aceita
Vida "diet "

domingo, 28 de novembro de 2010

O amor quando parte
deixa um vazio e meio
O amor quando persiste
deixa um tanque cheio

poeticamente
mente é poesia
poesia mente
metricamente

Por Socorro Moreira

No corpo carnal
alma candura

Ânfora da Temperança





Pode vasculhar a minha bolsa
Ela não guarda segredos
Guarda mistérios que se revelam
aos olhares intentos


Meu coração?
Não tente encontrar a chave
Ele não tem portas...
Entre se achar caminho
Dance a nossa música
Se pinte nas nossas tintas




Minha alma é afim da tua
Se te achares
Tocarás-me
Se me tocares
Essência de mim será.


Mulheres e homens são anjos
quando se predestinam!

sábado, 27 de novembro de 2010

Nosotros - José do Vale Pinheiro Feitosa


OUÇA A MÚSICA E LEIA O TEXTO

Um cuba libre, o cigarro se esfumando, cromos de luzes vermelhas, teus lábios reluzentes, cabelos cheirando a prazer, uma boite e a vitrola expandido de sons aos ouvidos de quem implora:


Atende-me na urgência destas horas desfeitas,
Não esperes a escuta dos segundos inúteis,
Funde teu seio ao meu ser frígido,
Eu necessito teu calor mais uma vez.

Outrora, fomos tão divinos de amor,
Agora mais do que nunca somos vulgar,
Somos barcos diferentes a vagar,
Destinos das rosas dos ventos a se afastar.

Agora que meu coração implode de vazio,
Tu vives em minha alma como parte inseparável,
Mas tal âmago é traiçoeiro e nos deixa ao éter,
Frio e inerte agora, quão ardente era outrora.

Postado por José do Vale Pinheiro Feitosa às 22:30 no Cariricaturas
Nessum Dorma - José do Vale Pinheiro Feitosa



Dos que cantaram esta ária do último ato de Turandot, um dos melhores foi o Pavarotti. A ópera foi a última de Giacomo Puccini que a deixou inacabada por sua morte, tendo sido completada por Franco Alfano. Estreou no Alla Scalla de Milano, em abril 1926, sob a regência de Arturo Toscanini. No Wikipédia tem um resumo do libreto.

Aqui vai a letra da ária:

O príncipe desconhecido

Nessun dorma! Nessun dorma! / Ninguém durma! Ninguém durma!

Tu pure, o Principessa, / Tu também ó princesa,

nella tua fredda stanza / No teu frio quarto

guardi le stelle / guarda a estrela

che tremano d'amore e di speranza.../ que treme de amor e esperança....

Ma il mio mistero è chiuso in me, / Mas o meu mistério está fechado em mim,

il nome mio nessun saprà! / o meu nome ninguém saberá!

No, no, sulla tua bocca lo dirò,/ Não, não, só a tua boca o dirá,

quando la luce splenderà! / quando a luz esplendorará!

Ed il mio bacio scioglierà il silenzio / E o meu beijo escolherá o silêncio

che ti fa mia. / que te faz minha

Vozes de mulheres

Il nome suo nessun saprà... / O nome seu ninguém saberá

E noi dovrem, ahimè, morir, morir! / E nós deveremos, infelizmente, morrer, morrer!

O príncipe desconhecido

Dilegua, o notte! Tramontate, stelle! Desapareça, ó noite! Desvaneça, estrela!

Tramontate, stelle! All'alba vincerò! Desvaneça, estrela! Na alvorada vencerei

Vincerò! Vincerò! / Vencerei! Vencerei!

Aí os nosso cantores populares se esbaldaram com a versão Eu nunca mais vou te esquecer, como esta cantada por Moacir Franco:


Postado por José do Vale Pinheiro Feitosa às 23:31no Cariricaturas

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Acorrentados - Por Socorro Moreira


Petrolina?
Uma luz vermelha
Entre Crato e o Juazeiro
Boites?
Cinema da tarde...
Tempos de laquê no cabelo
Tempos de vento nos cachos
das carrapetas.
Sussurros ou suspiros?
Um de lá
Outro de cá
Timidamente sorriam

Cruzar o olhar
Era de intensa magia
Como ainda hoje...
Como em qualquer tempo
O olhar imagina, fura, entra...
Se entranha , como o Aracati

Hora feita é sempre carente da surpresa
Um bolero é canção das paradas sensuais
Um passo lá
Outro cá...
Nada além, no futuro do presente.

E nesse calor de novembro
a dança tem cheiro de gente
Não tem coração que mereça
Derreter eternamente.

“Eu necessito ver-te”.
Mais uma vez...”.
Altemar, vivíssimo.
Em surdina me acontece
Esqueço que abri a janela
E uma luz difusa
Em meu peito entra...
Atenda!

O amor sempre será
Como antes de antigamente
Um mistério
Um sonho ardente.

“Talvez fosse melhor”.
Que não voltasses
Talvez fosse melhor que me esquecesses...”

Sem princípio, e sem final.
O amor vaga, sem um cais.
Rumo a um paraíso nunca achado
Lá o tédio é impossível.

E nesse vazio abissal
Eu escorrego levemente
E misturo-me
Ao éter do sentimento

Sintonia num bolero
Faz valsar um par!


terça-feira, 16 de novembro de 2010

"Um trem para as estrelas"...- por Socorro Moreira







Comecei a assumir a terceira idade , um pouco precocemente,como tudo em minha vida.Aos 59 anos resolvi antecipar os benefícios de ser velhinha. As perdas existem. Já não tenho pernas pra alcançar o trem, mas tenho pensamentos na velocidade incerta, pra alcançar meus momentos.
Claro que desejo apenas uma lambida , no sorvete de rapadura., mas  quero todas as músicas, e o contraponto do silêncio, no prato da balança.
Quero viajar nas estrelas, imaginando uma vida impossível, e aceitando que, no aqui, as possibilidades são inimagináveis. Uma delas é não ter idade.

Ser o que o coração computou, 
Transformando-me
no que sou, 
Transportando-me
pro outro lado do túnel..