domingo, 30 de novembro de 2008

Dezembro


Tenho muito gosto

de viver mais um dezembro.

Os mesmos sinos

As mesmas bolas

O mesmo ar de festa

em toda porta.

As ruas escancaram seus mistérios

Os perus morrem

antes das vésperas

e congelam , o gosto da nossa ceia.

As árvores se enfeitam

A cidade se aclara de luzes

que piscam ...

Em tons de prata e dourado

morre o dia.

Noites quentes

buscam o retrato da neve

Adultos brincam

de rasgar papel ...

na alegria de uma prenda.

Amigos se ocultam

numa brincadeira gostosa ...

e trocam mensagens , presentes.

Vestidos , sapatos novos ,

esperam o niver

do mais famoso dos homens :

Cristo.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Socorro Moreira - por Domingos Barroso



Certa noite
um anjo me disse
e não era um anjo torto
quando estivesse eu em apuros
chamasse por Socorro
uma poeta do Crato
que vive com o coração nos olhos
e por onde anda deixa entusiasmo e valentia.
Após tantos conselhos e abraços
eu vi com esses olhos
-que serão estrume para uma orquídea
-uma lágrima escorreu
pelas faces do anjo
e não era um anjo medieval.
Calei-me,dormi sossegado
ciente que detrás da serra
não é lenda
um pote cheio de arco-íris existe.

Postado por Domingos Barroso
Mais uma lágrima no conta-gotas da emoção.
Um presente delicado de um anjo poeta .
Que lindo !

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

"Soneto - para Socorro Moreira "





Soneto - para Socorro Moreira

Desde que me pus a escrever, aos 16 anos, encantada com a musicalidade e o ritmo do soneto, com a formalidade de seus versos de rimas rebuscadas, passei a preocupar-me com as palavras e comecei a sentir-lhes a força e, também, o fascínio que exerciam sobre mim. Lia simplesmente tudo o que me vinha às mãos e sob os olhos , esses já inquietos e ávidos.
Ainda sou capaz de reproduzir um pequeno trecho de um poema que fiz sob a influência desse aparatado estudo sobre a poesia... Fiz o primeiro, tentei um segundo ainda tateando a melhor maneira de aplicar a teoria que aprendera. O tema já demonstrava as inquietações de uma adolescente que se de defrontava com sentimentos platônicos e amores irrealizados. Creio que a solidão alegada e sentida por mim a essa época da vida, denotava essa incapacidade que o jovem tem muitas vezes de assimilar o mundo de modo diferente daquele idealizado.
Aventurei-me, então, a encaixar meus primeiros versos naquela forma rígida que um soneto impõe: dois quartetos, dois tercetos, rimas encadeadas ou nãoe a mesma quantidade de sílabas (métricas) ... tudo isso ou tudo aquilo. Na primeira tentativa quase tudo rimava com “ão”: coração, emoção etc. etc. Eu mesma me convenci que estava feio aquilo. Perecia um eco, um trem apitando na esquina da vida... E assim, fui burilando as idéias e as palavras, lapidando o pensamento. Claro, minha imaturidade poética ou mesmo emocional não permitiam ainda que eu tivesse a capacidade de criar algo (quase) perfeito no campo da idéias, mas eram apenas os meus primeiros passos.
Meu tema era “solidão” como disse anteriormente. Ouso aqui apresentar a cria tal qual foi concebida naquele tempo: “Solidão // É o que sinto no meu peito agora / É o que fala a alma de quem chora / É esperar sempre esperar alguém. “ Este era um dos tercetos e todo o resto do soneto sucedia-se com rimas –ora/ -ora / -em / -em, porém não me recordo como se processou o restante do poema, com versos decassilábicos.Segui com afinco as orientações do professor de Português: o cuidado para que as palavras que compunham a rima não tivessem a mesma classe gramatical. “Agora” (advérbio de tempo) rimando com “chora” (verbo). Enfim, o cuidado e o esmero para que meu poema fosse funcional como soneto, foram o impulso primordial para que eu me iniciasse no caminho da escrita.O soneto perdeu-se por aí numa das mudanças que fiz. Restou-me a lembrança desse momento criativo e de como persegui o sonho de escrever.
Hoje deixei de lado a métrica de meus sonetos e consigo voar mais alto. Livre e sem rimas. Simples e sem rebuscamento exagerado. E se me ponho a amar em verso e prosa, posso dizer que nunca mais estarei sozinha e enfrentar a solidão.

*
Postado por Claude Bloc , nos Blogs Cariricult e doCrato

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

O mel da vida





Os dias correm desavisados
Nada acontece por acaso
Uma dor só fica aguda
depois de muito aviso
O espelho delata a resultante
das expressões concebidas
Uma foto do futuro
mostra os lacos do passado
ou os excessos dos risos
Faltavam muitos
Agora faltam tantos ...
Não dá pra contar o que se vive !
A emoção é camuflada na ação
A sobra da emoção ,
mesmo em dose mínima
afeta até a alma ...
Praça iluminada
Rostos envelhecidos
Guardam no olhar , o brilho!

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Depois do olhar , o entrelaçar ...



Em plena luz do sol
nossos olhos de fecharam
nossos corpos se atracaram
e as águas do mar
silenciaram.
Não sei por quanto tempo...
A noite terminou
O dia nos encontrou
Nossas mãos se despregaram
Seguimos outros caminhos ...
A poesia nunca se despediu
ficou voando
em tantos outros encontros ...
Falou , repetiu ,
e cansou ...
O tempo não tem culpa ,
se o momento
existiu , e não ficou !
Na eternidade
o amor
quando liga , não larga ...
Já fui no céu muitas vezes ...
Aprendi com os anjos
que o amor ,
vive de asas cortadas...
É sempre o mesmo enlevo ,
como um par de estátuas ...

Inquietação monástica




Quando não as tenho ,
invento-as !
Perdi a descompustura
que me fazia perdida
Perdi
faz poucos dias
O tempo é curto ,
mas se arrasta
Como os passos ...
Inconfiantes !
O calor de novembro
amolece, os ânimos
Sou ágil
quando busco nos munturos,
e em todos os buracos da terra,
uma fresta de luz !

sábado, 22 de novembro de 2008

Red Black, e um verso !


Veludo vermelho ,
azul ...
O mar dos teus olhos
luxúria nas dunas
Não existe pecado
na cópula das graças.
Enquanto falo da vida,
e vejo que tudo passa
também sinto o retornar
do muito que a vida traga
Traças não corroem
o doce da minha taça .

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Ontem , Sophia nasceu.





Abriu os olhinhos na hora que chegou . Abriu, e chorou !

Minutos depois já havia tomado as primeiras vascinas , furado as orelhas , e já nos foi apresentada , toda de brincos. Procurei nossoss traços, desejei fazer a numerologia do seu nome ... Convoquei fadas madrinhas , nas atribuições dos condões. Terá pernas longas , pele morena , cabelos escuros e olhos de amêndoas.

Escorpiana com ascendente em Peixes... eita ! Não será nada prática , como a vó , que acaba sendo chata. Será arte ! Cantará , dançará , pintará o sete , nas telas do mundo... Fará poesia na vida , porque de outro plano , vou cutucar os anjos , para acompanhá-la , nos processos criativos. Ela parece que já nasceu sabendo que a vida é doída... mas a arte nos salva !

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

A Rua Senador Pompeu





Lili Moreira , na esquina da Usina
com seus tangos , em contra-ponto
com os hinos da Igreja.
"Mano a Mano"...
"Oremos Deus " !

A distinta família Calou
Seu Calasans , Dona Mariquinha
e a prole numerosa ,
que eu adotei como minha :
Kleber ,Ênio , Chico , Flaviano ,
Fernando,Carlotinha ,Salete ,
Sônia ,Helenice , Socorrinha ,
Míriam e Verinha.

Bem pertinho dessa casa ,o salão Paroquial ...
E o Instituto São Vicente
um centro educacional.
Dona Anilda ,Dona Alda...
Lapidando com jeitinho
ensino fundamental.
Celebrando a alegria
tinha o Pe.Frederico
- Um mito !
Distribuía balas e pitos...
Sermões em brados e risos
Naquela escola-modelo ,todos nós nos conhecemos ...
Por um tempo ,ou por uns anos ,
enquanto dura , a infância !
Os filhos de Dr. Anibal ,de Eneida Figueiredo,
De Jeferson Albuquerque
e Letícia Figueiredo.
Dona Almina , Dr. Borges,
Raimundo Maia , Teresinha Pirão,
Hermano Teles , Paulo Frota,
Derval Peixoto , Ossian
Chico Alencar , Moreirinha
Seu Hubert, Edméia , Nemésio,
Os Teixeiras e os Higinos...
e outros que eu não lembro.
Quem não amaria uma escola
com parque de diversão,
campinho pra jogar bola
episcina ?...Mergulhos na ilusão !
Professoras como
Almerinda e Lúcia Madeira
Dona Célia e Nadir Brito
Severina Calou ( tão bonita !)...
Todas muito competentes,
nos ensinaram que a vida,
depende da base feita !
No expediente noturno
Adultos tinham sua vez
Um sacrifício bendito
apostado no saber.
As festas de São Vicente ,
glorioso padroeiro,
tinham quermesses e bingos...
Bebidas acondicionadas ,
no monstro das geladeiras,
que eram à querosene.
Sinto o gosto desse tempo
me animo nas lembranças
coloridos celofones,
envolvendo algumas prendas ,
que seriam leiloadas,
para apurar o dinheiro.
Valia tudo :
galinha assada, bolos,carga de rapadura,
cachos de banana ,sacas de arroz ,
e a voz de Célio Silva,
que bem se fazia ouvir.

No pedaço dessa rua ...
o oitão da nossa Igreja ,
e os famosos Oitis ...
A sombra da nossa paz ,
brincadeiras e folguedos,
e o gosto de ser feliz !

Um Hotel familiar ,vizinho a Seu Pitias...
Pai de Dr.Dalmir,de Derval e Seu Delcy.
Vizinhos da minha casa
moravam Seu Antonio Leite,
Maria e Dona Expedita...
Tia Didita ,como a chamava
Salete e Vera Leite.
De noitinha , a calçada
de gente se apinhava
Cadeiras enfileiradas,
acolhiam os namorados,
que namoravam direito!
A meninada , se esbaldava ...
na macaca , na corda,e na roda ...
parecia que sabia
que o tempo passa ligeiro!

Em frente à Juarez Távora ,
uma pequena concentração
de personalidades...
Rosa Amélia , Seu Orestes ,
e a pensão do Misael.
Misael era famoso
pelas mentiras contadas
Mas tudo inofensivo...
Mal a nada,nem fazia ...
Estórias de pescador,caçador ...
A gente nunca confia !

Mais na frente ,o antigo Clube Social ...
E a feira da rapadura ,da corda , e do sisal.
Casa do gerente das Pernambucanas ...
Sons de Charanga ...
Cadê Henrique,minha gente ?

A velha Pasteur,
sem olhar para o Banco do Brasil ,
e desconhecendo totalmente,
a Pague Menos e a Gentil!

Dona Mundinha Saraiva,
na cadeira de balanço,
quando era de tardinha ...
Parecia bem quietinha !

Siqueira Campos...
-A praça dos nossos sonhos !
Que inveja dos Lins...
Fernando , Luiza , Isavan ...
Moravam na sua beira ,
de longe ,a gente via !

Enfim , o quarteirão dos mais societes:
Dona Nadeje ,as Arraes...
Altanita Brito ,Ramiro Maia .
Seu Alfredinho , Seu Pierre ..
.A formusura das gatas ...
ou era das garças puras ?

A Penitenciária ...
A Praça da Sé ,e a rua acabava . ..

Um pouco de tudo
de uma ponta a outra ...

A vida se mistura
Como o melado da cana,
numa salada de frutas !

"A Bela e a Fera "


A mulher
doma com o olhar
o homem com os óculos
O homem encanta com o sorriso...
e se for safado ,
e se for de menino ...
A mulher entrega a boca
e o riso...
A mulher acolhe no colo
O homem acolhe no laço
E do colo ao abraço
é questão de um só laço !
A mulher se enfeita de fitas
o homem faz a fita
(ela aplica no cabelo ,
na camisola... ),
e a fita nas alcovas !
Os semelhantes
se misturam , nas essências
Os opostos completam-se,
nas diferenças ...
A fera em nós interna
Fica branda , fica terna...
Basta deixar
o coração falar ...

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Nos ares do Lameiro- para Samuel Araripe.


(Esse texto foi encomendado pela minha mãe: Valdenora Moreira.)
Ossean e Moreirinha foram amigos , desde meninos , quando usavam calças curtas.Tornaram-se adultos , e a amizade persistiu.
Viajaram . Hoje certamente estão num mesmo canto, retocando o afeto,nos planos da eternidade.
Em 1954 , o Crato amanheceu espalhando a coqueluche em todas as casas.Ouvia-se uma orquestra de roncos e desafinos...A garganta e os pulmões nunca trabalharam tanto !
A Medicina , usava como terapêutica , mudança de clima. Meus pais cansandos das noites insones com o barulho rouco do tambor humano, entregaram os pontos.E aí a benção caiu do céu , e foi parar nas mãos de Dr.Ossean ( padrinho de Verônica , minha irmã). Acodiu-nos com uma casa no Lameiro , por tempo indeterminado , até que o sossego fosse restabelecido. Pra facilitar a nossa locomoção , nos emprestou um Jeep _ Ford 51 , e a chave ... Na caçamba , repleta de trecos , até tupi ,o nosso cachorro,encontrou espaço .
Botei o pé na terra . Fiz amizade nas redondezas ...
Eu tinha menos de 3 anos ,mas esse tempo de férias e de cura , nunca me saiu da lembrança.
O cheiro das mangas , o doce das siriguelas vermelhas ,o jatobá , que o meu avô Alfredo reverenciava , plantado na casa grande dos Araripe /Alencar.
Caminhava até achar umas levadas , aonde a gente mergulhava , mesmo sem saber nadar . O rosa das trepadeiras , as cercas , o bananal ... Bucólico cenário , que eu lia nos contos de fadas , e a minha imaginação compilara . Brinquei com as bonecas de pano , da menina do vizinho Fugia de casa pra lá , e lá ficava . Perdida num conto , que eu não sei contar.
Maria ... Quem sabe , ainda mora lá ?
E Dona Maria do Céu com aquela voz mansa e delicada era cúmplice da generosidade do marido. Comadre ... falava pra minha mãe ... As meninas melhoraram ?
O Ossean do meu pai nem era político , nem era rico ... Era sobretudo o nosso amigo !
Um ano depois veio a se eleger Prefeito do Crato. Enfeitou a Praça da Sé com um lago e patinhos ,deu uma ajeitada no Parque Municipal , nosso bosque oficial. Depois foi Deputado,deputado , deputado ... E a ponte Brasília X Crato , na época foi acessada !
Em 1986 meu pai começou a morrer. Lutou um ano pra continuar a viver ... Dr ossean quando não podia , mandava Samuel ... A presença dos dois se alternava. Apoio moral e material nunca faltaram !
Dr Ossean fez parte de parte das minhas construções mais felizes.
Polvilhava bolsas de estudo por todas as casas , inclusive naquelas que votavam em Seu Pedro Felício ( grande político da nossa cidade).
No Crato de então , o ensino era priorizado , e a urbanização também !
Samuel retomou o caminho. É gestor da cidade mais linda do mundo, aos olhos dos que a amam !
Que Deus o ilumine para que possa fazer uma administração promissora , nesses próximos 4 anos !

A Rua das Laranjeiras - Anos 60 - para Hamilton Lima Barros


(Informações pautadas na memória de uma menina, que apenas nasceu naquela rua , e passeou suas alpercatas , nas calçadas. Imprecisão histórica ... O resumo de uma verdade ilimitada !)

Antes da Pedra Lavrada , eu nasci nas Laranjeiras , hoje José Carvalho .
No mesmo pedaço, aonde moravam Zé Cirilo , Salvina ,os Libórios , os Parentes , os Cardosos , e aonde ficava o Círculo Operário ( que virou Escola, Cinema , salão de eventos , acolhendo discursões de base política /social).
A rua começava com a Padaria de Seu Cirilo. Lá a gente escolhia o pão sovado ou aguado.Comíamos com nata batida do mais puro leite de vaca. Encostada à padaria viviam os seus familiares : Zenira , Zenilda , Zildenir , Francisco José( que foi meu colega no Instituto S.Vicente Férrer). Naquele Instituto , Zenira deu uma das suas grandes contribuições educacionais. Tinha uma energia linda ,vibrante,artística ! Gritava as nossas quadrilhas de S.João de uma forma inconfundível. Mudou tão pouco ,ao longo dos anos ...
- É a mesma Zenira !
Numa das casas seguintes, Gilvanda, primeira esposa do Compadre Zé Cirilo ( como o chamava meus pais) ,criava a sua prole. Tia Fantina ( irmã da minha avó Donana) e Gilvanda reinavam na organização da casa. Zé Sérvio, Grijalva , Eugenia , João Antonio e Jorge já haviam nascido . Gilvanda confeitava os nossos bolos de aniversário. Sua casa tinha gosto de festa : limão glacê ! Zé Cirilo entendia tudo de eletrônica , e trabalhava na Rádio Educadora ,desde a sua fundação.
Mais na frente , a casa de Mário Oliveira ( o dono do Cine Cassino) casado com Mildred ,filha de Tia Fausta. Casa glamurosa. Mildred trazia das telas de Hollyood o astral do cinema. Tia Fausta era apaixonada por perfumers franceses , e tinha uma bela coleção , em miniaturas . Foi lá que Miriam Magda completou seus 15 anos. Uma festa de arromba , que eu não tive o prazer de comparecer , pela pouca idade ( menos de 15 anos). Mas eu assisti do meu jeito...!
Na mesma calçada , os Libórios . Salete , a musa maior : atriz e bailarina !
Parede com parede , o salão de beleza de Dona Estela Parente. Frequentei aquele espaço , pela primeira vez , quando contava 4 anos.Cismei de cortar os meus dóceis cachos ,irrefletidamente ... e ficou horrível ! Minha mãe pegou-me pelo braço , e conduziu-me até lá. Frisaram meu cabelo para consertar o estrago. Sai de cara redonda , cabelos curtíssimos , apipocados e com cheiro de queimado. Perdi naquele dia ,qualquer possibilidade de beleza romana , até os nossos dias. Na extensão do salão , a residência dos Bragas. Que menina da época não namorou com um deles ? Ésio, Helder, Élcio , Hélio ...Nem eu , escapei à regra !
Em frente morava Marta de Salvina.
Salvina , a mãe de metade das crianças , que vinham ao mundo, no Crato. Fôra enfermeira do Dr. gesteira, e muito com ele aprendera !
Atravessando a rua , tinha ( e ainda hoje existe) a ouriversaria do Seu Teophisto Abah. Grande artesão ,amigo do meu avô Alfredo Moreira Maia ( primo de Emília Moreira - avó da minha amiga Magali) e do Sr. Júlio Saraiva. Dizem as boas línguas , que não existiam homens tão integros e habilidosos , quanto aqueles três. Era um trio famoso !
Na sequência , os fundos do Moderno, propriedade de Seu Macário ,por onde escorria meio mundo de pessoas, depois das sessões de cinema . A casa de Tia Pigusta ( modista famosa) , os Brizenos , os Duartes , Seu Euclides Lima Barros e Dona Nenê. Ali , Hamilton se achava !
No mesmo cinturão , a casa de Dedé França , Zeba , Dona Zélia ( mãe de Nilo Sérgio ), e a Sub-Estação , que gerava energia elétrica para toda a cidade ( antes da luz de Paulo Afonso).
No quarteirão seguinte , depois do Beco de Pe. Lauro , a sanfona genial de Hildelito Parente e um monte de irmãos : mais novos , mais velhos e da minha idade !
Uma pequena concentração dos Honor e Brito ...
O casarão de Seu Pergentino ( Pai de Dr. Eldon Cariri , Dona Eunir ( mãe da Bela Piinha).
Do outro lado da calçada , a casa de Salgado , que nos assustava com seus vôos acrobáticos... Um dia a morte o assutou... Mas,pra que lembrar coisas tristes ?
E a minha doce Mãe Candinha ?
Quem nunca provou da chupeta de umburana e mel de abelha , que naquela casa vendia ? Pois aquelas mulheres eram minha bisavó e minhas tias : Amália e Rosália. Lá tinha um papagaio que falava e repetia , tudo que dizíamos.
"Tem café , minha Rosa "? Era o verdinho, imitando a voz de Vicente Cordeiro , meu tio por afinidade... Cego na velhice , mas compensado por um ouvido privilegiado. Tocava acordeon , gaita , realejo... e disso , eu também gostava !
Depois , a rua assumia outro nome...
Com preguiça não chego nesta carreira , na casa de Edméia Arraes...

-É outra circunferência , como diria meu amigo Blandino !

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Bilhete


Bilhete

Meu bem ,
o café esfriou na garrafa
O por-do-sol já correu
faz uma hora ...
Agora é lua , atrás de lua
e você não chega ,
com um verso na algibeira
Ainda bem que esse bar
não fecha ...
A porta é sem tranca
e você alcança...
Uma amplificadora dos fatos
Uma canção dos sentimentos ...
As vezes chego aqui correndo ...
e esqueço de passar batom
Já construimos alguns bancos
Já levantamos a tenda ...
Já esperamos a chuva passar ,
na discussão de um poema
Já nos despedimos ,
com vontade de ficar
Um tempo irreverente ...
Seja passado ou presente ,
aposta no futuro que se arrasta
com medo de terminar
Já cantei , tudo que lembrei ...
Ensaiei uns passos ...
girei , sem roda -gigante...
Fiquei tonta , entretida
num saco de pipocas ,
pra perder a hora ...
Já anoiteceu ...
Por favor , encontre o meu bilhete :
- Te esperei !

sábado, 15 de novembro de 2008

Na concha da mão


Tenho a minha ostra
quase afrodisíaca
Dentro de mim tenho a pérola
que eu encontro por aqui.
Resvalamos os sentidos ...
O limite é derivado
a derivada é o encanto
de te ver pelo caminho !

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Sensualidade



Não combina com luxúria

Combina com o olhar

com a delicadeza do toque

Com o bigode ...

Com o andar ,


Sensualidade combina

com suavidade ...

Precisa não saber ser

Precisa reter ...O carinho !


Sensualidade combina com cheiro

que o vento traga e distribui

Cheiro de rosa esmagada

Cheiro de alma limpa

Cheiro de carne

banhada nas cascatas


Sensualidade é vermelha-cetim

É um passo atrás de mim

que eu alcanço na saudade


Sensualidade é a maciez da neblina

A gota que brota

no poro que agita


Sensualidade é a nudez

coberta de pejo ...

É a veste rasgando a nudez.


Sensualidade é o tom

É o som...

É um murmúrio inaudível

É o desconhecido mais próximo

Que nunca perdeu seu mistério !

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Infância na Pedra Lavrada - Anos 50


Fui menina na Pedra Lavrada
Brinquei na calçada de combinação ...
Cinturão-queimado , cabra-cega ...
Pulei corda , bamboleei ,
dancei frevo , dancei samba
Soltei cebolinhas , chuvinhas e balões,
nas noites de São João.
Apaixonei-me
"Come Prima "
aos 6 anos de idade ...
E com essa idade ,
escrevi minha primeira carta de amor :
"Querido Joaquim"...
(Meu amor platônico).
Esqueci na cartilha do ABC,
e a minha mãe pegou
Ai , que vergonha ...
Tinha opção alem da mentira ?
Culpei uma certa amiga ,
e o meu narizinho cresceu !
Pedalei nas calçadas,
em manhas de sol
Tive falsos crupes
Quebrei três vezes a clavícula ,
torci o pé , outras tantas ...
E eu nem era tão traquina !
Meu corpo se intimidou de medo ,
e nunca mais peraltou !
Na Pedra Lavrada perdi meu avô
Escutei minha mãe parir
Meu pai cantar , assobiar e tomar Brahma
Quis imitar , e ouvi :
"Mulher não assobia ..."
Na Pedra Lavrada dos anos 50
A gente comprava lenha
Comprava leite
Comprava pão ,
pirulitos na tábua ,
cavaco-chinês ,roletes de cana ,
alfenim , macaúba ...
na porta de casa ,
nos carrinhos- de- mão
Tomei injeção no bumbum
de bismuto
com Dona Soledade
E pra completar o tratamento
minha mãe cauterizava minha garganta
com uma solução de "colubiazol "
Comi "crespos" da casa de Dona Santinha
Brinquei de boneca com Nájela ...
E mais outras meninas ...
Próximas ou acanhadas :
Teresa Neuma ( filha de Dona Júlia ),
Valda Farias ( filha de Seu Modesto e Dona Adalgisa),
Irenilde , as meninas de Seu Vicente Chicô :
Lucenir , Sueli , Audeci ...
Cirene de Dona Otília ,
Ziana de Seu Adauto ...
Dólia , Dagmar , Bernadete ...
Lúcia e Joanita Primo .
No quarteirão de cima , os Lemos ...
No quarteirão de baixo , os Siebras ...
No meu quarteirão , o violão de
Vicente Padeiro , e a vitrola do meu pai ,
em toda altura.
Li todos os livros de Dona Liô
Estudei com Dona Neli
Risquei de carvão as calçadas
Fiz vestidos de boneca
Tremi com medo das almas
Acordei com goteiras ,
e a canção da chuva , nas telhas.
Aprendi catecismo no Abrigo das Velhas
Catei carrapetas no parque
Sempre esperando um lobo ,
que nunca veio
Assisti meu primeiro filme no Moderno
Branca de Neve e os 7 anões ... claro !
(O ingresso custava 200 réis)
Meu primeiro livro foi o Patinho Feio
Infância de complexos...
Até descobrir que eu era um cisne ,
foram-se muitas décadas.
Comi chouriço ,
mel de jandaíra,
sequilhos na banha de porco
tripa de porco torrada no jantar
e pudins caramelados ,
sem leite condensado.
Tive tracoma, coqueluche,
febre asiática...
Era um luxo:
tomar guaraná natural
com bolacha creme -cracker
Fomos embalados ,
no ranger do armadores,
vozes entoando samba-canções
ameaçadas pelo bicho-papão e o boi da cara-preta.
Tomamos banho de tina ,
água quebrada a frieza,
com folhas de eucalípto ...
Fazíamos xixi em urinóis
Vestíamos pijaminhas de flanela,
vestidos com sianinha ,
gregas, babados de organdi plissado
sapatos de verniz e meias de seda.
Ouvimos o som do pilão ,
na hora da paçoca ,
que a gente comia com baião
Tomamos água do pote e quartinha
Rezávamos pro anjo-da-guarda, antes de dormir
e acordávamos com o barulho do chiqueiro.
Vi passar uma lambreta
Cantei Celi Campelo
com seus banhos de lua e laços
cor-de-rosa , no cabelo
Comi pão-de-ló
feito por minha avó.
Fumei cachimbos de brinquedo
com folhas secas de alfazema...
(parecia incenso...)
Usei óculos receitados por Dr. Herbert
Acordei de sonhos e pesadelos
Sóbria , ou levemente bêbada ?
Novembro de 2008...
E o tempo voou
Cai no futuro de asas quebradas
Estou viva ...
Embora tenha morrido sete vezes !

terça-feira, 11 de novembro de 2008

O melhor do amor ...


Não amo
apenas os ombros
das minhas amigas ...
Também não sou como uma amiga,
que diz :
Namoro com as mulheres ,
e trepo com os homens .
Eu namoro de um por um
com todo mundo
O melhor do amor é o beijo
Com ou sem respeito !

Noturno


É assim que o ausente
entra em nosso sonho ...
Como Eros !
Chega em energia amorosa
em penas , em pautas,
em dó ...
Chega de uma Vereda Tropical
assobiando La Mer...
O corpo todo a esperar ...
Mas é a cara que recebe
o primeiro vento ,
o primeiro raio...
Traz no hálito ,
o cheiro do céu ,
na madrugada
Traz e deixa ...
O pó das estrelas !

Poeta

Era um menino
Tinha juba
tinha romã na pele
tinha dentes de coelho
e agilidade nas pernas
Chegava afogueado
depois do recreio...
Quanta energia deixava
no campinho ,
que driblava seus passos ?
Cadê a bola ,
que para mim é Terra ?
Era um menino ,
que virou garoto ...
Parecia rir a toa ...
Mas era extremamente sério
Nunca encarei seu olhar
nem nos olhamos ,
nem nos olhamos ...
Pena de pássaro voando !
Era um menino viajante ...
Agora seria um homem ...
Poeta !

Amor , sentimento epidérmico !


Sexo me faz recordar

um planeta esvaziado ...

E o sexo , lá ...

Nem diria , desmaterializado.

Cheiros , textura , temperatura ...

A visão acorda

O tato chama

O coração dispara o primeiro grito

Extase , e saciedade ...

E o mundo começa de novo

Assim funcionam os sentidos!


Passei a vida inteira pra descobrir e aprender

sobre sexo

Hoje , sei muito menos do que

na mais tenra idade ...

Será ?


Sei gozar com qualquer afago ...

O sexo é implicito e explícito ...

Mesmo com pudor e sem falsa moral ,

ele entranha no corpo , na imaginação , e na alma...

É tão fantástico , que a palavra silencia ...

domingo, 9 de novembro de 2008

Fim de Noite


Fim de noite
é o dia amanhecendo
Olhos sonolentos
querendo mais vida
ao relento
Quando o músico
guarda o instrumento ,
quero a saideira em doses ,
em notas ,
e no guardanapo molhado ,
mais um tonto poema .
Fim de noite
é droga que se evapora
voz rouca , coração cansado
de uma saudade ,
que parece verdade
"Olha , feche os olhos meu amor ...
é noite ainda ..."
Música no ar
e o sol a brilhar ,
brinca de acordar os passarinhos
Céu escuro que vai clareando
Murmúrios no silêncio
de uma noite que cala ...
Saúda o sol ,
que ilumina o espaço ...
Havia tantas estrelas ,
e tão pouco céu ...
Agora existe um sol cor-de-rosa
e o infinito imenso ...
Pedindo uma rede ,
e a benção da aurora !

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Como é bom quando os amigos se encontram... PARTE II

.
Para você, minha querida Socorro, um pedaço do meu coração !

Nossa poetisa maior, Socorro Moreira, postou logo abaixo fotos da festa do meu aniversário, ocorrido em 15 de Agosto deste ano, ocorrida na sua residência, que foi só prazer, só que ela se "esqueceu" de postar algumas outras fotos, talvez pelo espaço que ocupa...mas eu não poderia deixar de registrar algumas pessoas que estiveram presentes também, e que nos são muito importantes. Alguns podem estar a perguntar: porque uma festa de agosto só agora é que aparecem as fotos ? rs rs... Bem... é que tudo meu é atrasado...minha agenda é tão repleta de coisas, que há compromissos de mais de 3 anos que agora que estão sendo cumpridos. Acho que vou batizar o meu grupo musical de "Última Hora", porque todo mundo só chega atrasado...tudo é atrasado, mas mesmo assim, chega a tempo, pois a felicidade não tem hora pra acontecer!

Abraços,
Clique na foto para Ampliar!









Abraços,

Dihelson Mendonça
.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Numa noite especial de Agosto - Aniversário de Dihelson

.

Rafael e esposa , Glória Tavares



O músico e poeta João Nicodemos de Araújo Neto




Entre o amor perfeito (Pachelly e Socorro) , minha alegria , mais-que-perfeita...



Dihelson e sua amada Niña


Dihelson , sua mãe e o nosso Carlos Rafael


Casal muito lindo !
(Marcos Vinícius e Mônica)

Essa noite , com certeza ,se repetirá , antes do próximo agosto. Vozes humanas , brindes , alegria zoadenta , substituiram a voz dos instrumentos !
Noite iluminada pelo calor da amizade.
Obrigada Dihelson pelos registros ... Chegou tarde , mas chegou em tempo !
Abraços.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

A nova praça ...







Ontem estivemos na Praça da Sé :
Eu , Nilo e Edilma Saraiva.
Sentamos em vários bancos
Como a catar histórias
pra contá-las mais adiante !
Arquitetos do sentimental
deduramos
o que foi construído ,
no lugar da fonte luminosa...
As águas dançavam
ao som de lindas sinfonias...
Substituiram a poesia
por um palanque político ...
Pasmem !
Na minha infãncia ,
era um lago com patinhos
Nos arcos ,
pendiam trepadeiras cor-de-rosa....
Tudo descaracterizado !
Restaram
as árvores centenárias.
E debaixo delas ,
e apesar delas ,
fechamos o olhar
para um aglomerado de barracas ,
que tiram a beleza da praça.
Podiam deixar apenas o pipoqueiro ,
o menino do picolé,
e a mulher dos filhoses ...
Uma praça sem " porcarias ",
pra gente beliscar ... é imprópria !
Nem tem amplificadora
com recados sentimentais ...
Não observei nenhum broto ...
Apenas uns quase sessentões ...
Éramos tantos ...
Hoje , apenas um trio nostalgia ,
mas ainda romântico .
Essa geração é diferente da nossa ...
O povo não namora ,
não flerta ...
Mas diz que fica !

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Esmagando a rosa




Extração
pura distração !
Mania de gastar
o que é divino
Gasto o meu olhar
como a sola do sapato
Gasto , mas gravo
Uso mãos , pernas ...
até o cansaço chegar.
Que insaciabilidade é essa ?
Glutona do tempo
e de tudo que é natural e belo
Até na cama ,
fico roendo letras ...
Foi sempre assim...
Não sei relaxar...
Quando não invento , lembro
Quando tudo em mim silencia ,
Corro e pego carona ,
na poesia dos amigos.

domingo, 2 de novembro de 2008

Almas em bando


"A vida é a arte do encontro ..."
A morte , quisera ...
Será também ?
Medito sobre a natureza humana
E me enxergo , projeto "in extremis "
Quem sabe ,
todos ,
em outros planos ,
livres da matéria,
possamos dançar
um tango ?
O cansaço chega ...
De lagartas a borboletas
Almas em bando !...
A voar no infinito
que desconhecemos.
Viver é testemunhar
a morte dos nossos dias ...
Chorar e sorrir
- Um funeral é uma festa triste !
Nunca morre quem foi amado
Nunca morre quem fez bem à humanidade ...
Nunca morre
quem confia na vida ,
antes da morte !

Um dia de juízo


Não sei o que dizer da morte
E ela acontece o tempo todo
aos nossos olhos ...
Só nos desperta
quando em cheio nos atinge
Trágica , natural ,
sempre estremece o coração
de quem é vivo ...
Não existe outro destino ...
A morte é mais dolorosa,
quando não a entendemos
Minha mãe passa o tempo todo
preparando a mala ,
pra esta última viagem ...
Mas não deseja apressá-la !
Os antigos costumavam
nos abençoar :
Deus te dê fortuna ,
dizia-me uma tia ;
Deus te faça feliz ,
dizia-me , minha avó...
Deus te dê uma boa morte ...
Assim me dizem ...
E esta é a bênção
mais precisa !
O convívio com a dor
das pequenas perdas ,
nos anestesiam
para a dor da morte !
Foi-se meu pai ,
meu avô , minha avó ...
Fôram-se amigos ,
companheiros , e amores ...
Quando chegar a minha hora
Vou deixar e encontrar ...
E isso me alivia !

sábado, 1 de novembro de 2008

Sobre o tempo ...


Sobre o tempo
(Rubem Alves)

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para
frente do que já vivi até agora.
Sinto-me como aquela menina que ganhou uma bacia de jabuticabas.
As primeiras, ela chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para projetos megalômanos.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis para discutir assuntos
inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas que, apesar da
idade cronológica, são imaturas.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.
Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: 'as pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos'.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja tão somente andar ao lado de Deus.
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor
absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo.
O essencial faz a vida valer a pena!
Basta o essencial!