terça-feira, 9 de setembro de 2008
Jardim do meta-verso
Tenho medo do mato
do escuro das noites...
medo do perfume
que exala...
medo das cobras ,
e até das formigas
que me traçam ...
medo de tudo que se mexe ,
quando o vento bate...
Me encolho nas noites
e em sonho me desembrulho,
me lanço no perigo da madrugada....
Encontro rostos...
vivos , no meu encalço ...
Amanhã tem uma nova ,
e uma velha história...
Afazeres , deveres...
Cadê aquele dia ,
em que tudo , ainda podia ?
Meu caminho passou a ser sozinho
As nossas asas não nos levam a nada ...
a estrada morreu ...somos rastros !
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3 comentários:
Socorro, lendo sua poesia fico sempre pensando como, mesmo sendo dramática consegue deixar escorrer tanta doçura em suas palavras. Esses dias apareço-lhe para mais uma visita inesperada.
Um abraço!
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Pachelly Jamacaru disse...
"Tenho medo do mato ,
do escuro da noite
do perfume que exala...
Medo das cobras
e até das formigas" Não tenhas medo minha amiga, teu poetar de protege de todos os males!
Abraços e xeros!
14 Setembro, 2008 08:01
Antonio Sávio disse...
"Encolhida na noite ,
embrulhada no sonho ..." Extamente o que consegue fazer com seus leitores. Embrulha-los num sonho!!!
14 Setembro, 2008 09:46
José do Vale Pinheiro Feitosa disse...
João e Maria. A chave deste poema da Socorro. Nâo precisavam penetrar o desconhecido e mesmo assim foram. E foram por qual motivo? Pelo zero que não é estático, um zero e mais nada. Este é um zero que veste um vazio que é feito o vácuo na natureza, esta tem horror a ele e imediatamente o preenche. E por isso seguem caminhos. Que podem se dispersar até o ponto de se perder. Que metem medo pelo conteúdo que possuem. E este ato de preencher e encontrar a trilha nas pedrinhas de volta, são os versos que semeam o retorno até o ponto zero inicial e tudo novamente recomeça. Até ao Jardim.
14 Setembro, 2008 23:21
Socorro Moreira disse...
Teus comentários , José ,são sempre tão lindos... parecem pedrinhas fazendo caminho para outros versos...
Vc é um abre alas... desfila um comentário... e a escola fecha , num samba enredo , que a vida dança !
14 Setembro, 2008 23:27
[Photo]
Pé na estrada
Apesar da sombra ,
adoro seguir caminho
Acabo sempre perdida
cansada e adormecida
Não tenho malas ,
nem guardados
O zero é ponto ,
na reta numerada ...
Afinal , no dia "D" ,
o fardo é nada !
Exercito partidas ,
partindo sempre ...
Um verso ,
em cada dia .
Pão amanhecido
forno , cheiro ...
café coado ,
estômago cheio .
Pensamentos em crise
Rédeas , impedimentos
Leveza na alma
Alegria na mesa
Balanço de rosas
folhas caídas
Amores e toques
Amanhece
e anoitece a vida...
O que sonhei ,
que tanto esqueço ?
Pássaros cantam ...
São livres !
Tenho medo do mato ,
do escuro da noite
do perfume que exala...
Medo das cobras ,
e até das formigas ,
que as vezes me traçam ...
Medo de tudo que se mexe ,
quando o vento bate...
Encolhida na noite ,
embrulhada no sonho ...
sou livre , na madrugada
Amanhã tenho uma nova ,
e uma velha história ...
Afazeres e deveres...
Cadê aquele dia ,
quando tudo , ainda podia ?
Meu caminho é sozinho
Asas não me levam
A estrada é finda ...
Volto no rastro ,
como João e Maria.
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