Estou no quarto elemento
Já me senti rocha
Já fui mar...
Já fui derrubada pelo vento ...
e agora me queimo, nos meus
vinte e cinco por cento ...
(Porque todo sentimento
é vitalizado pelo sol!)
Agora sei porque não escrevo
porque as palavras
nem escorregam , nem chegam...
Sei também porque não fotografo ...
Quem escreve
encontra a luz no diálogo ...
Agora já sei
que não preciso chegar ...
Depois de um retrato falado ,
Toda luz do mundo ,
chegou aqui , vai parar !
Sei também
que não preciso voltar ...
Nada deixei por lá...
Fui abduzida...
Simplesmente , seduzida !
Percorro meu sonho de entendimento
numa " bicicleta" da cor do vento ...
e nas miragens do tempo ,
entro e saio ,
sem que me achem !
Meu inconsciente tomou a frente
Minha vida é cristal
dissolvido pelas águas ...
Os ventos me penetram
com toda suavidade ...
Já não temo a tempestade ...
nem o mar da ansiedade.
Tudo já foi sem ter sido
Tudo
nunca deixou de ser
porque é !
" O sono do silêncio.
Sem sonho , deixou de ser ".
Agora é quase fim de tarde ...
ainda tenho duas madrugadas
pra ler você .
Nem sei
se és da terra ou das águas
Se dos ares ... ,
ou o fogo te faz criar
Acho que és a grande síntese
de tudo que no mundo há !
Uns são espelhos ...
Outros
fragmentos de nós mesmos ...
E o amor ,
precisa ser inteiro ,
no banquete elemental
de toda natureza !
É "bonzim" ...
um baião com feijão verde ...
temperado com queijo ...
manteiga da terra ,
manteiga do reino !?
Um pargo ao termidor
com camadas de bananas...
desperta instintos e fome...
cria o vazio no estômago ...
Sabores do mar...
sabores da vida...
Quero aquela janela
e o teu " olhar panorâmico " ...
Não quero a posse ...
sequer do nada
não quero a posse...
Salve , a liberdade !
Muito Estranho (Cuida Bem de Mim)
Dalto
Composição: Cláudio Rabello / Dalto
Hum!
Mas se um dia eu chegar
Muito estranho
Deixa essa água no corpo
Lembrar nosso banho...
Hum!
Mas se um dia eu chegar
Muito louco
Deixa essa noite saber
Que um dia foi pouco...
Cuida bem de mim
Então misture tudo
Dentro de nós
Porque ninguém vai dormir
Nosso sonho...
Hum!
Minha cara prá que
Tantos planos
Se quero te amar e te amar
E te amar muitos anos...
Hum!
Tantas vezes eu quis
Ficar solto
Como se fosse uma lua
A brincar no teu rosto
Cuida bem de mim
Então misture tudo
Dentro de nós
Porque ninguém vai dormir
Nosso sonho ...
Abençoado amor : José do vale e Teresa Maria .
2 comentários:
José do Vale Pinheiro Feitosa disse...
Socorro: o melhor que poderia me ocorrer é sentir a força matriz de uma poeta lendo Paracuru. Uma poeta do tamanho de Paracuru ou seja do tamanho do mundo, na história e no território.
08 Setembro, 2008 22:26
Socorro Moreira disse...
O que é bom dura pouco. O que é bom a gente fica a processar , a esticar , fazer durar...perpetuar !
Fiz um álbum de todas as fotografias ;
gravei a trilha sonora : Piano ( New York New York , Stardust , Misty), Dalto ( Muito Estranho), Betânia ( sem fantasia ) , Bievenido Granda( Sõnar , Angustia , Perfume de Gardênia), e uns forrós de Gonzagão , Dominguinhos e Sivuca...;
marquei os pontos de locação : piano bar , aeroporto , casa de praia , bodega , restaurante , ponto de jangadas , cemitério , barraca Marajoara ,Copacabana Palace , Lamas , Cinelândia ,Estátua da Liberdade ,Paracuru ;
Figurino : bermudas , tênis , camisetas , camisas e blusas de seda , vestidos hippies , dos anos 70 ;
Batalhei na produção , pra alugar : uma "Furgline" , bicicleta amarela, e um Bugre ...
personagens e figurantes : Sofia , Catarina, Dona Antônia , Ciana , Heliene , Das Almas , Lucinha ,Andreia , Ângela Iracema , Domitília ,Leopoldina ...Viriato ,Zeca Domingos , Lucas Meirelles, Zé Carvalho , Eliezer , Valdemar , João de Jacaúna , Muniz , Dr Gianni , Compadre Pixuna , Aurenir , Pacoti , Sérgio , De Assis , Michel, Dominique , o Louro , Bigode , Napoleão ,João do Acordeon , e o personagem principal : o narrador ( que eu não sei o nome).
"Escrever é construir passo a passo , a própria idéia" .
Achei tocante todas as descrições e diálogos ;
"Vim mesmo quando não sabia que vinha.Vim mesmo quando pensei que ia . Agora sei, sempre soube , que vinha, mesmo quando teus movimentos se afastavam de mim . Não vim por acaso , vim por necessidade. Não vim me impor, vim porque este é o meu destino ".
Um romance belíssimo. Pura poesia !
Parabéns , José do Vale . Obrigada pelo legado. Algo em mim , se transformou ...
"Se um dia disser do momento fugaz: Continua aqui ! És belo ! Poderás algemar-me a bel-prazer ...
Estarei disposto a morrer !"
09 Setembro, 2008 17:29
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