domingo, 24 de agosto de 2008

Encontro ou Despedida ? - Socorro Moreira




Tanto faz
Que a tua mala esteja na rua ,
na tua , ou na minha casa.
O amor não viaja , nem brica ,
quando se esconde ...
Não tem passaporte pra morte...
Depois que chega , se aquieta ,
e dorme .
Sabe beijar no pensamento
Sabe esperar o dia da graça
Não xinga o atraso , pelas madrugadas
Acorda com o sol , e dorme na lua ...
Envia recados por estrelas ,
e encontra respostas ,
no miar dos gatos ...
Sabe o que deseja ,
mesmo sem querer ...
Mora num ponto do céu ,
ou no fim da linha ...
É nó , ou buraco negro ...
Feliz no acerto e no desacerto
Sem nome , e sem paradeiro ,
amor sem corpo não perde o desejo
Sente o cheiro do que já viveu ,
e do que está por vir ...
Em qualquer Janeiro !


3 comentários:

Nilo Sergio Monteiro disse...

A minha mala estava arrumada ao pé da porta...não tinha pressa ...eu sempre tive vontade de ir, com mala ou sem mala. Tinha medo da saudade de todos os meus amigos,da Pça da Sé, de Monsenhor, do Beco do Pe.Lauro e de tanto comer Sapoti vivia com a boca presa. Da festa de N.S. da Penha...sentávamos no batente da Igreja pra ver e ouvir a banda de Azul,,,o foguetório e as meninas passando. A Missa aos domingos,,,a parada na Pa da Sé...em cima dos bancos jogando conversa fora! eu,xico pipoca, Arilo,Zé Ricardo de Dr. Anibal e tantos outros a espera da Matinê do Tênis Clube. As mil namoradas, as internas do Santa Teresa, as meninas de fora em excurssões que chegavam e nós rapidamente nos metíamos a cicerone...e tome namoro. Zé Flávio, Peixoto, Zé do Vale, Zé Ribeiro, nego Téo, Macarinho, Akim...as festas no Granjeiro...nascente de Ernani Silva, O Madrigal e toda a turma: Rosineide, Ana Maria, Fátima, Véim, Hugo Linard,Peixoto, Luisinho, Pedro Antonio, François, nego Zé e a inesquecível D. Bernadete. A rua Pedro II...a Zé Carvalho, a feira que eu amava andar pra lá e pra cá com Mucio só tirando onda e sendo feliz! Mala,mas que mala Socorro? Eu nunca parti, nunca saí do Crato...fiquei vagando nos corações e mentes...na saudade que me consumia e renovava. Lembro do Cetama em Barbalha...das festas com os brasas! Em cada porto cidade uma paixão...uma namoradinha...então eram três?...acho que sim. Lembro que "roubava" a chave do carro do meu pai...e empurravamos ele até o Cine Moderno pra poder depois ligar e partir pra Barbalha: passageiros?
Nilo, Arilo, Xico pipoca, maninho carneirim, Izavan, zé ribeiro, Xico carlos, Gildo Luna, tinhamais,,,,cabia sempre mais um. E voltei...voltei pra onde nunca devia ter saído...se é que eu saí.

Seu poema Socorro, é um ODE ao VOLTAR sempre!
Nilo Sérgio Monteiro

socorro moreira disse...

Nilo , menino dos cabelos lisos e pretinhos ...
Sorriso sempre aberto , e com covinhas ... Muito lindo !
O universos das meninas era menos festivo. O meu então era limitadíssimo. Um coma romântico ... Mistura de Bela Adormecida e Branca de Neve. Vivia de uniforme escolar , e livros debaixo dos braços... Poucos rendados para passear na praça. Fui quase invisível , na minha adolescência ...Um misto de Patinho Feio e Cinderela.Mas tinha olhos espertos , que a tudo observava , e guardava . Um dia despertei pra vida. Me profissionalizei , e ganhei o mundo.Voltei para o meu descanso , e descobrir o que hei de fazer por aqui , antes da minha viagem definitiva. Reencontrar pessoas é o meu destino !
Somos filhos pródigos de volta ...O Crato , flor da terra , é sempre o nosso canto !


Abraço você e as suas memórias !

socorro moreira disse...

Antonio Sávio disse...
Linda poesia. Reflexões inúmeras e um prisma de vasta gama de cores. Poesia de verdade, densa, leve e reflexiva.