terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Poesia, pra que te quero , no azul dos versos ?

Ousei dialogar com um dos nossos monstros sagrados...
Deus que me perdôe !
Ré confesso-me...
Claude me advogará ?
Quero a sentença...
Estudar para aprender a brincar !



E me vem você com poesia numa hora desta? (Zé do Vale)

(Depois de ler o Diário , assistir na TV o jornal Nacional ...) (Socorro)

O mundo é muito belo sob o olhar entorpecido da poesia!

(As manchetes dos jornais são reais
As dores são tumores... crescem ,
e precisam de morfina.
Tem qualquer coisa mais forte
além de um poema ? )

A poesia é como uma injeção de Diazepam,
faz você ver as desgraças de modo lindo.

(Fala da saudade ...e o que passou , já passou ...
Só a lembrança ficou)

Só funciona como poesia mesmo.

(E sem poesia ?
O qeu fazem os meus olhos no vazio ?
Céu escuro , sem estrelas ...
Com quem falam os meus olhos sem centelhas ?)

No mundo real, a coisa é bem diferente.
E se não houvesse celular ?

(Os poetas entram em sintonia...
Falam e escutam por telepatia)

E se a incerteza discar teu número e
teu olhar de dúvidas se turvar no redemoinho
do que poderia e não foi
ou do sabido e não conhecido?

(Na incerteza o certo é paralizar os dedos
Não discar...se enquadrar
Atender a voz do coração ,
que disca de um canto onde mora a emoção )

E se a necessidade destas notas musiciais que
soltastes nas tuas práticas de amor
pelas transversais capilares daqueles leitos e concertos,
qual movimento salvarias da inanição
com a audiência de um simples toque?

(A música não alimenta o corpo
Ela fortalece a alma
E se não existe alma...
Ela acalma os sentidos...
Eles se entorpecem de notas e melodias
Já ouviu falar em música-terapia ?
Salva do silêncio
Levita no esquecimento...
Funciona como UTI ...
Último Tango -em Paris ou alhures ...
Instiga-nos ! )

E se não houvesse a identificação?
E se não houvesse o celular?
Veja tu que tão somente regras para instrumentos,
enquantos nós,deste lado de cá da linha,
nem um suspiro ouviremos.

(Os suspiros são analfabetos ,mas dizem...
Lembra aquele filme ?
"O vento não sabe ler"... ?)

Ao que ainda mais perplexo,
uma ligação não identificada:
Como já dizia Mitonho:
se o mundo fosse de poesia,
a neurastenia não seria matéria do comportamento.

(O mundo é mito
poema é lírico
Sem mitologia
como estudar a simbologiada vida ?
Poesia é aeração ...)

Mas se pelos detalhes fossem notas musicais
aquilo do mundo de relação,
ouviríamos uma música metálica e irritante que
tu mesmo escolheu em teclados minúsculos,
só para deblaterar contra a poesia
e os poetas benzodiazepínicos.

(Poesia , deixe os poetas em alfa , beta ,
lâmbda, ômega ... Seja vingativa !
Apaguem todas as velas , inclusive a do luar ...
E que os céus os protejam !)

Como já dizia seu Lunga:
ainda me vens com poesia?

( E como diria Seu Lunga
Vá cutucar onça com vara curta ...
Assovie , declame Neruda ,
cante uma sereia...
Antes que ela te enfeitice !)

Um comentário:

Claude Bloc disse...

UAU!!!!!!!!!

Que lindo diálogo!

Só lendo as entrelinhas...

Abraço,

Claude