segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

O Baile


A primeira música do baile
inquietava os nossos passos
Uma vozinha interior nos dizia:
Não posso olhar ,nem estimular ...
Menina direita não se mexe na cadeira
A indocilidade nos levava à toilete
Pra retocar o batom , disciplinar o coração
E o moço tímido , o par nunca desejado
é quem pagava o pato:
Estou cansada , não sei dançar ...
Na pior das hipóteses
um bolero lhe concedíamos
De nuca tencionada ...
Face a a face , nem pensar !


O outro - o desejado

distante era acompanhado ...

sempre embevecido ,

no brilho de outro olhar.
A última canção

era o sufixo da esperança
Outro dia , outra dança ...
Em casa , leite de rosas na cara
E o sono da própria ilusão.
Canções em tons baixinhos
serenatas pras vizinhas

alguém se punha a cantar


Nunca mais vivi tamanha magia

O farfalhar das sedas

a sensualidade , no meu vestido vermelho

Minha morenice , meu jeito intimidado

de negar o que eu sentia

Por todos os sonhos ...

Cadê aquele baile , aquela valsa ,

aquele sonho ?

3 comentários:

Claude Bloc disse...

Adorei esse seu texto ! Sou eu ou é você ? (risos) As emoções e reações são tão semelhantes que se embaralham na minha cabeça...

Você já viu a reação-resposta de Zé do Vale mostrando como os "meninos" reagiam diante de nosso (teu) recato? Ficou muito interessante o resultado.

Abraço,

Claude

socorro moreira disse...

Claude Meu presente de natal 2008 foi você !



Abraços , minha amiga !

Claude Bloc disse...

Socorro,

Como somos "siamesas" o presente ocorreu como aquela teoria sugere: em "dupla troca", em vice-versa... Em prosa e verso.

Abraço,

Claude