quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

O espinho e a flor






E o espinho disse pra flor:
De ti aspiro o perfume, a sombra da tua cor...
Existo porque te protejo...
Sou teu ponto fálico
Sou teu amor!
Se te amar
Marca-me de solidão
Aquieto minha alma
No vazio de você!




O pato nem sempre é cisne
O cisne é sempre gato!
Gato escaldado
De pêlo assanhado
Que vira madrugadas
No telhado.

Só no coração,
O sonho continua verde
O sol vermelho
E a lua prata

A mulher é sempre
Um ideal Cronos
Criança ou velha
Anjo é fera!


Existe sempre
Num quadro-negro
Uma estudante,
Que nunca cresceu
Que ainda adormece
Nos livros
E carrega cadernos
Nos braços dos sonhos
Que usa farda azul
Meias curtas
e sapatos baixos
Que ainda sonha,
Quando a luz apaga
Que faz castelos,
Em anelos
Fiando cachos



Olhos atentos te descobrem
E não adiantam todas as voltas
As meias, as teias...
Nem o decote, que decora...
Lá fora a lua some,
Engolida por um dia...
Adormeço dos meus olhos,
E sinto que estou sozinha!



Nenhum comentário: