terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Cara na Lua



Ele pintou minha cara na lua
E eu engordei de lua a minha cara
Ruga no nariz...
Define silhueta bruxa
Queixo pontiagudo...
Define o destino da senilidade
E o céu da testa,
Ondulado de conflitos ,
Encolhe-se, adormece.
O tempo passado...
Do futuro será cativo.

Estou num bonde sem desejos
Onde alegrias fazem coro
Mas o solo é contralto
A estrada de sonhos é planalto
O córrego azulado
Esverdeia goticulas de fel
Pedras soltas
Interceptam a caminhada
Saímos uns
Chegamos outros
E nos perdemos antes do começo
e muito antes do fim.

Colher trevos
Em quatro mãos
Se me atrevo..
O que se torna?
Companhia?
Solidão ?

Num quadro
Eu fico na parede
Da nossa ficção !
Poeta, nada mais
Poetas não tem corpos, para serem tocados,
Sentidos, para serem feridos,
São penas, tinta, papel.
Poetas não têm dor,
Não sofrem, e sentem ...
Mas mentem, em corpos de papel.
Poetas não são vários, diferentes, diversos
É a tinta, benta, sspergida aos ventos
Em gotas, em versos.
Poetas não são plurais, mortais ...
Poetas são fatais,
São versos...
Nada mais !

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