segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Espelho


Por que não arriscamos,
sequer um olhar,
na mágica Siqueira Campos
do século passado?
Eu era uma nuvem, e você um sol ...
Nublada, escapava do céu,
em pingos d'água!
Por que a poesia
nos escondeu em outros mundos,
e agora nos mostra , em caras mudadas,
desistidas ?
Porque o coração se renova...
Balança sonhos nessa rêde-vida
Entoa cantos,
que nos adormecem...
Fico assustada , quando caem pedrinhas,
no lago dos meus mistérios
Bico teus versos ...
Nado cantando ,
e escuto João Gilberto!
Carnaval na cama
Distante dos momos ...
Odalisca guardada
numa foto amarela
Torço Salgueiro ...
"... Muito samba no pé"!
E o Rio das lembranças desagua
num mar bermudense.
Clamo rotina ,
madrugadas insones ...
Descortino a vida ,
escancaro a janela ...
Avisto um Corcovado,
no quintal da mulher?
Pura miragem ...
Aquieto os passos do olhar ,
num pé de cajá ...
Numa mangueira frondosa
com luz cor-de-rosa ...
Estoicamente, vejo a vida passar
morosa e célere ...
Teu rosto, na janela do trem ... recorto!
E enquanto o trem não chega ,
curto o eco do apito
Egito ...
Carnaval das arábias ... mais adiante!
Espero a semana santa
com produtos importados
vinho do Porto, bacalhau ...
Feijão verde com pequi,
e refresco de murici ...
Meu Crato não é de janeiro ... é de março!
Meu baião é de julho ...
É de junho minha inspiração!
Aspiro a noite
vento de chuva
chuva miúda , apaga meu fervor !
Brasa, nos restos de palha ...
Gargalha um amor !

4 comentários:

Carlos Rafael Dias disse...

Socorro,

Gostei do que vi
E virei sempre por aqui

Bjos.

Rafael

socorro moreira disse...

Obrigada , Carlinhos !


Beijo !

Antonio Sávio disse...

Parabéns. Lindos poemas.

socorro moreira disse...

Obrigada , Sávio !

Vocês estimulam as pessoas , a brincar de poetar !


Abraços.