"Vive aos casais, sendo mais facilmente escutada do que observada.
Seus gritos, seja de uma ave solitária, seja de um casal em dueto, são altos e longos. Parecem longas risadas, as quais vão acelerando-se e aumentando de tom à medida que a ave repete o canto."
Ser lembrado,
ser amado é tão bom
como o é ser bom.
( Quando o ser é bom,
ele é lembrado e amado.)
Desmereço tanto amor?
Jamais e por ele lutarei,
golpes no ar,
mergulho de solidão,
deitar no chão como neve a derreter.
(as emoções contidas, congelam-se.
As emoções que se revelam, derretem-se.)
E rubro como pimenta,
envergonhar-me do insuficiente,
não poder gerar mais futuro,
além do último suspiro.
( O doce da revelação , apimenta a relação.
Pimenta na vida , suspiros no sonho.
O insuficiente é completo de intenções.)
É tão bom ser amado,
por ser de um ninho amado,
a seriema da chapada,
pondo seus ovos de canavial.
( A terra é mãe.
Acolhe afetos, reproduz amor).
* José do Vale Feitosa
* José do Vale Feitosa
2 comentários:
Eita que essas ENTRElinhas renderam umas linhas ENTREtecidas que só mesmo a siriema seria capaz de entender e com elas sorrir, ENTREtendo-se. ENTREtanto cá estou lendo tudo ENTRE 4 paredes...
Linda mistura ENTREmeada da sabedoria da noite, nos ENTREmeios da madrugada.
Abraço,
Claude
ENTREtanto, quando o dia amanhece , o sol da realidade tenta enxugar os respingos da madrugada, e não consegue !
Até lembrei uma musiquinha de Dolores Duran , cuja letra aprendi no filme brasileiro : "Jeca Tatu" , quando eu era uma criança ...
"É de manhã , vem o sol
mas os pingos da chuva que ontem caiu
ainda estão a brilhar
Ainda estão a dançar ...
Ao vento alegre
que me traz esta canção ..."
Sabe o que acho da vida ?
- Ela é música !
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