quarta-feira, 10 de junho de 2009

Santas ao contrário . MULHERES ... - Por Socorro Moreira



A matriarca é Dona Valda.
Sou a mais velha das cinco filhas. Argamassa da lua de mel dos meus pais.
Batizada em devoção a Nossa Senhora do Perpétuo do Socorro.
Menos de dois depois chegou Verônica, num dia da procissão de Passos. Minha mãe ensinou-me a chamá-la de maninha. Ela aprendeu a me chamar de Torra... Um apelido que vingou, e passou a ser o meu nome oficial entre irmãos.
Zélia nasceu cinco anos depois de mim. Hoje está de parabéns... Completa mais um ano de vida. Escutei o seu primeiro choro, com o ouvido colado, na porta do quarto da minha mãe. Seus olhos pesaram quase 5 kg. Olhar de lince até hoje. Nada lhe escapa... Nem o que está por trás, nem o que está embutido... Olhar tagarela e sábio, além de grande inteligência e sensibilidade. Seu nome de batismo foi uma homenagem a Santa Zélia. Mãe de dez filhos. Todos se ordenaram freiras e padres. Esse era o ideal religioso da minha mãe ... Felizmente ou felizmente as mulheres da Dona Valda casaram e tiveram filhos.
Hoje, todas de meia idade, amorosas, gênios fortes, voluntariosas...
Dez anos depois do meu nascimento, Teresa chegou. Eu estava prestando ,naquela manhã, o exame de admissão ao ginásio. Um pequeno vestibular, no tempo antigo. Seu nome foi uma homenagem a Santa Teresa, mãe de Santo Antonio... Só pra agradá-lo!
Se fui cigana, Teresa ganhou de mim... Ousadamente, um belo dia, foi embora para Portugal, com a cara e a coragem, e de lá nunca voltou.
Catarina (batizada em homenagem a Santa Catarina de Labouré) chegou 14 anos depois de mim. Era a rapa do tacho. Ajudei a niná-la. Sou de fato, nesse caso, a irmã mais velha.
Temos entre si, alguns traços em comum, e o gosto pelas artes (herdado do meu pai) e os dotes culinários (herdados da minha mãe).
Nosso estado civil é "Brasileiro"... Bem casadas com a vida e a natureza!

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