terça-feira, 14 de julho de 2009

Pra não dizer que não falei de azul - José do Vale Feitosa



Azul,
Nem céu ou perturbado,
Firmamento e assustado.

Na origem,
Uma linda pedra chamada
Lápis-lázuli.

Nem era isso,
É que as nódoas da roupa,
Se vão com o anil.

E esta tosse obstrutiva,
Cianose por batom,
Cianamida com força vermicida.

Adversário,
Nas lutas amazônicas,
Desfilados bois rubros de sucesso.

Meus sonhos são azuis,
Um japonês hibridou uma rosa azul,
O Egeu é azul.

E este azul é só meu,
É crítico entre o verde e o violeta,
Fui eu quem descobriu este azul.

Feito Colombo,
As Américas,
O gringo no samba,
Um brasileiro no Louvre,
Um papa na África.

Este azul é só meu.
Esteta nos galhos da ibiraobi
Deste cinza no lombo do boi.


Postado por José do Vale Pinheiro Feitosa no Cariricult

Um comentário:

socorro moreira disse...

No plano superior
tudo azul.
No pé do azul
tudo vago
tudo cinza claro.

florzinha

mergulhada na folha
No branco da página
Pedra que azula
o pano da minha manga
verde-rosa
energia amorosa
troco por um verso
aveludado ...
solfejos , suspiros
no vento da madrugada.