Conheci esse menino , antes dos meus 7 anos. Morávamos perto , naquele trecho entre a Pedra Lavrada e a Rua José Carvalho.
Filho de Sr. Carlos e Dona Carlinda , Carlindo era o Bem Amado.
Num intervalo de quase uma década , reconheci o garoto, quando passamos a morar na mesma rua - a famosa DA VALA.
Meninos e meninas pouco se misturavam. Por timidez ou falta de interesse recíproco...Nem bem sei !
Mas eu vibrava com o desempenho do Carlindo em diversas áreas.
Craque do time de Futebol de Salão Wolkswagem , ele arrancava assobios e aplausos, na Quadra Bicentenária. Meu tio Valdir , que morava lá em casa, era o técnico. Por amor ao tio todos nós torcíamos pelo time de Carlindo.Os outros se dividiam entre a AABB e o Votoran. A torcida do Votoran equiparava-se à torcida do Flamengo ( só pra ter uma ideia).
Por sorte ou por competência o meu time foi campeão, nas plagas dos anos 60.
Mas Carlindo não era apenas um menino prodígio na bola. Com seus olhos de Delon , conquistava os corações.
Encantava as divas do Crato ...Brigites e Cardinales.
Era cantante e dançante.
Estava sempre arrastando pé nas noitadas de tertúlias, e nos grupos de serenatas.
Como tal , fazia parte do Madrigal Intercolegial .Entre intervalos , quando a gente por ele passava , escutava sua voz, no meio da rapaziada.
Naquela época houve uma fase que os meninos levianamente ou inocentemente, colocaram apelido nas meninas mais faceiras .
Ganhei o cognome de "Colibri" , uma música que a Wanderléia interpretava . Diz o Carlindo que não era proposital , mas ele marcava minha passagem cantando em bom tom , aquela musiquinha. Eu jurava que era pra me encabular.
Engraçado é que , apesar de tantas histórias e vida, nas paralelas, nunca trocamos duas palavras. A não ser uma única vez , imposta pelas circunstãncias.
Viajamos no mesmo trem, mesmo vagão , para Fortaleza. A viagem era longa, cansativa , cheia de desencarrilhamentos.
O jeito foi apreciarmos nossa mútua companhia. Viramos amigos de infância e de juventude, em poucas horas , tudo, em um só dia.
Quando desembarcamos na estação , trocamos um olhar de simpatia. O gelo fora quebrado ...Até um dia !
E desse dia para cá, foram-se 4 décadas.
Até que, o "Orkut" , e amigos comuns daquela época , de novo nos colocou , tete à tete.
Carlindo tá chegando. E vai rolar a festa !
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